quinta-feira, 26 de junho de 2008

Entrevista com FERNANDA BELING


do BLOG: Da Linha dos 3
por Fábio Balassiano - 25/6/2008 - 15:43


A surpresa mineira de Paulo Bassul

Paulo Bassul estava apressado no último dia de treinos antes do Sul-Americano feminino (31 de maio). O treinador planejava sair do Rio de Janeiro e, assim que chegasse a Americana, assistir à partida da equipe local contra o Sport/Presidente Prudente. Lá ele viu Fernanda Beling, sua antiga comandada das seleções de base, anotar 21 pontos, nove rebotes e cinco roubadas, em mais uma ótima apresentação no Paulista. Talvez pela atuação, a ala, que possui médias de 15,3 pontos, seis rebotes e 2,45 assistências no torneio, foi a principal novidade da convocação que o técnico fez para as Olimpíadas de Pequim e traz uma nova opção à posição 3 com seu jogo físico, inteligente e coletivo.



Única das 16 que não estava na primeira lista de Bassul para o Pré-Olímpico e após uma temporada na fraca Liga Portuguesa, a bela mineira de 25 anos e 1,83m conversou com o blog sobre expectativa em reencontrar três de suas companheiras (Karen, Érika e Grazi) do Mundial Sub-21 de 2003 em que o Brasil foi vice-campeão e as chances de fazer parte do grupo que vai a Pequim.



Da Linha dos 3: Quando e como você soube da convocação? Ficou surpresa?
FERNANDA BELING: Soube na segunda à noite, pelo assessor de imprensa de Americana. Ele me telefonou dando os parabéns e eu, que não sabia quando sairia a convocação, fiquei sem entender nada. Fiquei surpresa, sim, porque sabia, ou imaginava, que o Paulinho (Bassul) não mexeria muito no grupo que conquistou a vaga em Madri, mas foi uma notícia especial e acredito que as oportunidades aparecem assim.



Da Linha dos 3: Como você vê as suas chances de participar das Olimpíadas pela primeira vez após não ter participado do torneio em Madri e o que você traz de diferente das outras alas da seleção?
FERNANDA BELING: Sei que será uma disputa dura, mas penso que se estou relacionada para uma competição tão importante é porque o Paulinho tem confiança em mim, e pretendo aproveitar esse momento trabalhando muito. De diferente eu não sei, mas vou tentar ajudar com os rebotes, pontos e fazendo meu jogo coletivo.

Da Linha dos 3: Você foi jogar em Portugal, e pode ter perdido um espaço que agora está recuperando na seleção. Considera a sua ida para um pólo pouco desenvolvido do basquete um acerto?
FERNANDA BELING: Por causa da pouca divulgação e acompanhamento da Liga Portuguesa, fiquei realmente um pouco sumida, tenho a consciência disso. Mas foi uma experiência válida e importante. Estive trabalhando forte o tempo todo, e assim eu faço, sempre, onde estou, independente do nível da competição, porque tenho grandes objetivos e sei que tenho que seguir com esse pensamento.




Da Linha dos 3: Você está perto de realizar um sonho, ao lado de amigas que surgiram para o basquete nacional naquele mesmo Mundial Sub-21 contigo. Karen, Érika, Grazi... É mais um motivo para você tentar se manter no grupo? E o que este grupo tem de tão especial para, quase cinco anos depois, estar, em grande número, junto na seleção?
FERNANDA BELING: Esse foi, sem dúvida, um grupo diferenciado, que passou também por dificuldades, como a falta de credibilidade de muitos por termos tido somente a sétima colocação no mundial juvenil de 2001. Outro fator foi a ausência da nossa melhor jogadora, Iziane, que estava jogando na WNBA. Decidimos que nada disso nos tiraria a chance de sermos campeãs do mundo, e nos superamos a cada jogo. Acreditamos na equipe, e aquele foi um time muito bom de se trabalhar. Éramos sinceramente muito amigas e companheiras. Foi um elenco que o Paulinho comandou com uma imensa entrega e obteve sucesso, e, assim, ele continua confiando na gente e nos dando oportunidades.

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