quinta-feira, 17 de julho de 2008

FRANCIELE ESTÁ PERTO DE REALIZAR O SONHO OLÍMPICO

Do CBB.com.br
São Paulo — Quando a seleção feminina conquistou a vaga para participar pela primeira vez dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, a pivô Franciele do Nascimento ainda nem pensava em praticar esportes. Com apenas cinco anos, ela mal sabia o que era basquete, muito menos o significado da classificação para uma Olimpíada. Agora, quinze anos depois, Fran entende muito bem o que representa a vaga olímpica para o país, para o esporte e a carreira de um atleta.
— Ir a uma Olimpíada é o sonho de qualquer atleta. E eu não sou diferente de ninguém. Quero muito participar do maior evento esportivo do mundo. Além disso, a vaga para Pequim foi conquistada com muito suor. Tivemos garra para superar as dificuldades que enfrentamos. Não foi fácil digerir a derrota para a Bielorrússia na prorrogação. Depois fizemos uma final dramática, contra um adversário forte e tradicional que é Cuba e garantimos o basquete feminino pela quinta vez consecutiva na Olimpíada.
As doze que vão representar o Brasil nos Jogos Olímpicos ainda não estão definidas. É difícil controlar a ansiedade, mas a ala/pivô não mede esforços para conseguir um lugar no time. Ela segue a rotina intensa de treinos sempre motivada pela vontade de melhorar a cada dia.
— O ritmo de treinos está bem forte. Evoluímos em vários aspectos desde o Pré-Olímpico. Todas estão empenhadas em fazer o melhor. Não é um pensamento individual, estamos focadas no conjunto. Todas estão preocupadas em dar o máximo a favor do grupo. Queremos o melhor para a seleção brasileira. Eu, particularmente, sinto que estou crescendo, principalmente na maneira de pensar. Mas tenho consciência de que ainda tenho muita coisa para aprender. Preciso melhorar, principalmente, a minha defesa. Quando eu cheguei, tinha muito medo de errar coisa boba. Agora não. Sei que posso aprender com meus erros. As jogadoras mais experientes também me ajudam muito.
Com apenas 20 anos, a caçula da equipe está bem perto de realizar o sonho. Nem o medo de avião vai atrapalhar a ida para Pequim.
— Eu fico apavorada quando viajo de avião, chego a passar mal nos vôos. São 24 horas do Brasil até a Austrália, onde será a aclimatação. Mas não vai ter medo que me segure. Para Pequim eu vou até de barco se for preciso. É olha que ir pelo mar me apavora muito mais.
Com uma explosão fantástica e muito potencial, de acordo com o técnico Paulo Bassul, Franciele aguarda sua chance de entrar no Estádio Olímpico de Pequim, mais conhecido como “Ninho de Pássaro”, para enfrentar Coréia, Austrália, Letônia, Rússia e Bielorrússia, adversários do Brasil na primeira fase.
— O grupo é difícil. Austrália e Rússia são equipes fortíssimas, segunda e terceira colocadas no ranking mundial. Mas ninguém é imbatível. Temos condições de vencer. Além disso, não vamos entrar derrotadas na quadra. As adversárias vão ter que suar muito para ganhar da gente. Não são só elas que querem a medalha. Nós também vamos buscar nosso lugar no pódio. E do jeito que estamos, bem treinadas e jogando com coração, vamos longe.
A seleção brasileira, patrocinada pela Eletrobrás, segue treinando para os Jogos Olímpicos de Pequim no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo. No dia 24 (19h45), a delegação embarca para a Austrália, onde será realizada a primeira parte da aclimatação.

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