A cultura do mau exemplo
por fábio balassiano do Bala na cesta
Vejo que Hortência já defende a volta de Iziane a seleção brasileira. O mesmo fez Carlos Nunes no dia da eleição. Sinceramente: eu não entendo mais nada. Há cerca de um ano, a própria Rainha defendeu a atitude de Paulo Bassul no programa “Bem, Amigos” (Sportv) - ao lado do técnico inclusive. Jogadora consciente, me estranha que ela, agora, confunda individualidade com individualismo. Me estranha, também, que o basquete brasileiro faça um pacto tão grande com a falta de comprometimento e com os exemplos equivocados (psicólogos, por favor, ajudem!).
Mais que isso: que exemplo o basquete dá às novas gerações? Que tipo de lição as meninas que começam no basquete, hoje, terão com um possível “afago” no já inflado ego de Iziane, atleta que, diga-se, só ganhou um título na carreira (um Nacional por Ourinhos quando quase não atuou na final)? Ora bolas, é mais ou menos como dizer assim: “desrespeite seu técnico, passe por cima da hierarquia, dane-se o bem-estar coletivo. Se você for talentosa, terá seu lugar”. A professora Hortência, que já deu palestras no Instituto Vanderlei Luxemburgo (meu Deus!), poderia ler John Wooden em “Leadership” e aprender com o verdadeiro grande mestre: “Não é o melhor que deve estar no time, mas o mais apto, aquele que mais se adapta ao sistema coletivo, que deve sempre imperar. São 10 mãos que fazem uma cesta no final das contas”.
A nova direção da CBB tem todo o direito de demitir Paulo Bassul. Avaliar o desempenho do treinador à frente da seleção feminina é o seu papel, pois. Mas que eles não caiam na esparrela de tirá-lo por causa de uma atitude correta e sensata. Isso seria péssimo para uma gestão que acaba de começar. E tem mais: colocar Iziane como o símbolo deste começo de mandato não é muito inteligente para Carlos Nunes.
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